domingo, 2 de dezembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O primeiro contato do homem com a arte.
O homem sempre sentiu a necessidade de registro, e isso vem bem antes da fotografia.
Há milhares de anos os povos antigos já se manifestavam artisticamente. Embora ainda não conhecessem a escrita, eles eram capazes de produzir obras de arte. A arte rupestre é composta por representações gráficas (desenhos, símbolos, sinais) feitas em paredes de cavernas pelos homens da Pré-História.
Características principais da arte rupestre
O homem pré-histórico era capaz de se expressar artisticamente através dos desenhos que fazia nas paredes de suas cavernas. Suas pinturas mostravam os animais e pessoas do período em que vivia, além de cenas de seu cotidiano (caça, rituais, danças, alimentação, etc.). Expressava-se também através de suas esculturas em madeira, osso e pedra. O estudo desta forma de expressão contribui com os conhecimentos que os cientistas têm a respeito do dia a dia dos povos antigos.
Para fazerem as pinturas nas paredes de cavernas, os homens da Pré-História usavam sangue de animais, saliva, fragmentos de rochas, argila, etc.
Arte indígena
Além da arte pré-histórica vista no parágrafo acima, há um outro tipo de arte primitiva: a realizada pelos índios e outros povos que habitavam a América antes da chegada de Cristóvão Colombo. Os povos: maias, astecas e incas são representantes da arte pré-colombiana. A história destes povos é contada através de sua arte (pinturas, esculturas e templos grandiosos, construídos com pedras ou materiais preciosos).
Arte Primitiva na atualidade
Nos dias de hoje também é possível encontrar arte primitiva; alguns exemplos são as máscaras para rituais, esculturas e pinturas que são feitas pelos negros africanos. Há ainda a arte primitiva entre os nativos da Oceania e também entre os índios americanos, que fazem objetos de arte primitiva muito apreciados entre os povos atuais.
Locais com pinturas rupestres no Brasil:
Pintura rupestre do Parque Nacional da Serra da Capivara (Toca do Boqueirão da Pedra Furada)
- Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí)
- Parque Nacional Sete Cidades (Piauí)
- Cariris Velhos (Paraíba)
- Lagoa Santa (Minas Gerais)
Brasileiros descobrem mais antiga pintura rupestre da América
Descoberta enfraquece modelo Clóvis, usado para explicar a ocupação humana na América
Pesquisadores brasileiros encontraram em Lagoa Santa, Minas Gerais, a mais antiga gravura rupestre das Américas. As datações de carbono 14 sugerem que a figura pré-histórica de baixo-relevo encontrada tem entre 9,5 mil e 10,5 mil anos. O desenho é de uma figura antropomórfica com a cabeça em forma de C, três dedos nas mãos e pênis ereto.
Segundo o arqueólogo do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Walter Neves, a representação é, provavelmente, uma parte de um painel maior sobre um culto de fertilidade. Para o pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Astolfo Araujo, a imagem representa um culto à virilidade, e o achado deve ter por volta de 12 mil anos. “Esse dado foi confirmado por outro método de datação: a luminescência”, explicou.
De acordo com o arqueólogo e coautor do trabalho, Danilo Bernardo, a gravura foi descoberta em julho de 2009. Bernardo afirma que o grupo estava deixando o local de escavações quando viram o desenho: “Só conseguimos datar porque trabalhamos de forma metódica, recolhendo todos os carvões das fogueiras pré-históricas do sítio”, disse.
Os pesquisadores ressaltam que a descoberta enfraquece o modelo Clóvis, que, durante anos, explica a ocupação humana na América. Segundo esse modelo, o homem teria entrado na América pelo Estreito de Bering, porém, com as recentes descobertas os arqueólogos concluem que não daria tempo para todo o continente ter sido colonizado no curto espaço de tempo, já que um esqueleto humano de cerca de 11 mil anos foi encontrado em 1998.
Além destas descobertas, a presença de diferentes culturas líticas – construção de ferramentas com pedras – aliada a uma rápida adaptação em diferentes lugares, também fortalecem a teoria de que o homem chegou à América há mais tempo.
No entanto, os defensores do modelo Clóvis questionam as datações das descobertas e afirmam que as culturas líticas seriam melhor justificadas por diferenças de matérias-primas disponíveis do que por uma tecnologia sofisticada presente no continente há mais de 10 mil anos. Os pesquisadores defendem também que a ocupação dos diferentes habitats da América do Sul é devido à natural habilidade humana de se adaptar.
Para Araujo, a resistência dos norte-americanos ao modelo Clóvis não faz sentido: “Mostramos que a hipótese de uma ocupação mais antiga não se baseia só na datação de um esqueleto ou em evidências isoladas. Precisamos publicar mais em inglês e eles precisam começar a ler com mais atenção nossos trabalhos”, afirmou.
Segundo Neves, o homem chegou à América há 14 mil anos pelo Estreito de Bering: “Não acho razoável propor que os primeiros habitantes vieram por embarcações da Austrália ou da África, bebendo água salgada”, disse o pesquisador.
- Rondonópolis (Mato Grosso)
Peruaçu (Minas Gerais)
Locais com pinturas rupestres na Europa:
- Caverna de Les Trois-Frères - França (pinturas rupestres do Paleolítico Superior);
- Complexo de Cavernas de Lascaux - França (uma das mais conhecidas do mundo e Patrimônio Mundial da UNESCO);
- Caverna de Altamira - cidade de Santander na Espanha (arte rupestre do período Paleolítico Superior);
- Arte Rupestre do Val Camonica - Itália (pinturas feitas na Idade do Ferro).
Tais costumes evoluíram ao longo dos tempos.
O princípio da câmara escura.
O filósofo grego ARISTÓTELES (384-322 a.C.) foi responsável pelos primeiros comentários esquemáticos da "Câmera Oscura" ou câmera escura.
Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, durante um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua quando seus raios passarem por um pequeno orifício entre as folhas. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.
Um erudito árabe, ALHAZEN (965-1038), observa um eclipse solar com a câmara escura, na Corte de Constantinopla.
Em 1521, CESARE CESARIANO, descreve a Câmara Escura em suas anotações e em 1545, surge a primeira ilustração da Câmara Escura.
Em 1620, o astrônomo JOHANNES KEPLER utilizou uma Câmara Escura para desenhos topográficos.
ANTONIO CANALETTO em 1665 utilizou uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.
Em 1685, JOHANN ZAHN descreve a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.
Câmera escura ou Camara Oscura (Latim) |
É possível que se originou através de princípios a partir do século 5 A.C na China, e teve princípios também vistos por Aristóteles na Grécia no século 4 A.C. Com a ótica de Euclides pressupõe a câmara escura como uma demonstração de que a luz viaja em linha reta. A primeira câmera escura foi construída em meados do século 6, em experimentos de Antêmio de Tales. No século 11, durante a Dinastia Song, foi usado para aplicar atributos geométricos e quantitativos. Por volta do século 18, os desenvolvimentos seguintes por Robert Boyle e o criador do microscópio Robert Hooke, mais facilmente modelos portáteis se tornaram disponíveis, estes foram amplamente utilizados por artistas amadores e também por profissionais, como, por exemplo, o famoso pintor holandês Johannes Vermeer. Além disso, ingleses do século 13 fizeram uso de uma câmara escura para a observação segura de eclipse solar. Tais câmeras foram mais tarde adaptadas para criar as primeiras fotografias. Algumas câmeras escuras foram construídas como atrações turísticas, embora poucas existam ainda hoje. Exemplos podem ser encontrados em Grahamstown na África, Bristol na Inglaterra, Kirriemuir, Dumfries e Edinburgh, Escócia, Santa Monica e São Francisco, Califórnia. Existe uma grande e bem montada câmera escura no Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Em Lisboa, no Castelo de São Jorge, existe uma câmara escura com periscópio gigante, através do qual é possível observar imagens da cidade em movimento.
Câmara escura simples |
Séculos de ignorância e superstições ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Alhazen, descreveu a câmara escura em princípios do século XI.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas, mas não foi publicado até 1797.
Giovanni Baptista Della Porta, cientista napolitano, publicou em 1558 uma descrição detalhada da câmara e de seus usos. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem projetada, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la.
Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolamo Cardano, que sugeriu o uso de uma lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder a nitidez.
Isto foi possível graças à capacidade de refração do vidro, que tornava convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto. Assim, a lente fazia com que a cada ponto luminoso do objeto correspondesse um pequeno ponto de imagem, formando-se assim, ponto por ponto da luz refletida do objeto, uma imagem puntiforme.
Desse modo, o uso da câmara escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem, quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância da lente / visor (foco), deixando todo o mais distante desfocado, ou vice-versa. Danielo Brabaro, em 1568, no seu livro "A prática da perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem.
Assim, outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema, junto com a lente, que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro "diaphragma".
Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos a distâncias diferentes da lente.
Nesta altura, já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmara escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do artista era a nova meta, só alcançada mais tarde com o desenvolvimento da química.
domingo, 25 de novembro de 2012
Como surgiu a fotografia
A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando, juntas ou em paralelo, ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o uso da fotografia.
Primeira fotografia tirada no mundo. |
Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado drasticamente os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo que são oferecidos a preços cada vez menores, disponibilizam ao usuário médio recursos cada vez mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A simplificação dos processos de captação, armazenagem, impressão e reprodução de imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada à facilidade de integração com os recursos da informática, como organização em álbuns, incorporação de imagens em documentos e distribuição via Internet, têm ampliado e democratizado o uso da imagem fotográfica nas mais diversas aplicações. A incorporação da câmera fotográfica aos aparelhos de telefonia móvel têm definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do indivíduo.
Dessa forma, a fotografia, à medida que se torna uma experiência cada vez mais pessoal, deverá ampliar, através dos diversos perfis de fotógrafos amadores ou profissionais, o já amplo espectro de significado da experiência de se conservar um momento em uma imagem.
A fotografia não é a obra final de um único criador. Ao longo da história, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara escura, descrita pelo napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e conhecida por Leonardo da Vinci que a usava, como outros artistas no século XVI para esboçar pinturas. O cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto de prata escurecia ao Sol, supondo que esse efeito fosse produzido pelo calor. Foi então que, Johann Heinrich Schulze fazendo experiências com ácido nítrico, prata e gesso em 1724, determinou que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento.
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado "Diorama". Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.
Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. O processo foi denominado daguerreotipia. Daguerre descreveu seu processo à Academia de Ciências e Belas Artes, na França e logo depois requereu a patente do seu invento na Inglaterra. A popularização dos daguerreótipos, deu origem às especulações sobre o "fim da pintura", inspirando o Impressionismo.
O britânico William Fox Talbot, que já efetuava pesquisas com papéis fotossensíveis, ao tomar conhecimento dos avanços de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a apresentação de seus trabalhos à Royal Institution e à Royal Society, procurando garantir os direitos sobre suas invenções. Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que posteriormente eram colocadas em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo é muito parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um negativo que pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas. À época, Hippolyte Bayard também desenvolveu um método de fotografia.
Porém, por demorar a anunciá-lo, não pôde mais ser reconhecido como seu inventor.
A fotografia então popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888. A empresa Kodak abriu as portas com um discurso de marketing onde todos podiam tirar suas fotos, sem necessitar de fotografos profissionais com a introdução da câmera tipo "caixão" e pelo filme em rolos substituíveis criados por George Eastman.
Desde então, o mercado fotográfico tem experimentado uma crescente evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e o foco automático, ou exposição automática. Essas inovações indubitavelmente facilitam a captação da imagem, melhoram a qualidade de reprodução ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos princípios básicos da fotografia.
A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o domínio da fotografia digital.
A fotografia não é a obra final de um único criador. Ao longo da história, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara escura, descrita pelo napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e conhecida por Leonardo da Vinci que a usava, como outros artistas no século XVI para esboçar pinturas. O cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto de prata escurecia ao Sol, supondo que esse efeito fosse produzido pelo calor. Foi então que, Johann Heinrich Schulze fazendo experiências com ácido nítrico, prata e gesso em 1724, determinou que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento.
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado "Diorama". Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.
Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. O processo foi denominado daguerreotipia. Daguerre descreveu seu processo à Academia de Ciências e Belas Artes, na França e logo depois requereu a patente do seu invento na Inglaterra. A popularização dos daguerreótipos, deu origem às especulações sobre o "fim da pintura", inspirando o Impressionismo.
O britânico William Fox Talbot, que já efetuava pesquisas com papéis fotossensíveis, ao tomar conhecimento dos avanços de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a apresentação de seus trabalhos à Royal Institution e à Royal Society, procurando garantir os direitos sobre suas invenções. Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que posteriormente eram colocadas em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo é muito parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um negativo que pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas. À época, Hippolyte Bayard também desenvolveu um método de fotografia.
Porém, por demorar a anunciá-lo, não pôde mais ser reconhecido como seu inventor.
A fotografia então popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888. A empresa Kodak abriu as portas com um discurso de marketing onde todos podiam tirar suas fotos, sem necessitar de fotografos profissionais com a introdução da câmera tipo "caixão" e pelo filme em rolos substituíveis criados por George Eastman.
Desde então, o mercado fotográfico tem experimentado uma crescente evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e o foco automático, ou exposição automática. Essas inovações indubitavelmente facilitam a captação da imagem, melhoram a qualidade de reprodução ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos princípios básicos da fotografia.
A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o domínio da fotografia digital.
sábado, 24 de novembro de 2012
Do daguerreótipo à Red One !
A primeira fotografia bem-sucedida foi realizada em 1826, dez anos após a criação da heliografia. Naquele ano, Niépce começou a trabalhar com o artista e físico francês Louis Jacques Mandé Daguerre e, juntos, aperfeiçoaram a técnica, criando uma fotografia dos prédios vizinhos vistos a partir da sala de trabalho de Niépce. Para fazer a foto, o inventor deixou a câmera parada por oito horas. Feito isso, ele removeu o betume das partes subexpostas, evitando que a foto “queimasse”. A foto existe até hoje, exposta na Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos.
Juntos, Niépce e Daguerre começaram a desenvolver novos métodos para que as fotografias fossem mais eficientes e fáceis de serem produzidas. A heliografia havia dado certo, mas demorava horas para dar algum resultado. Eles precisavam de formas mais rápidas para se registrar imagens. Com a morte repentina de Niépce, em 1833, Daguerre proseguiu sozinho nas pesquisas.
Daguerreótipo produzido por Susse Frére em 1839 (Foto: Reprodução)
No ano de 1835, o artista aplicou uma solução de iodo sobre uma peça polida de cobre e prata. Ao contrário das câmeras produzidas por Niépce, a câmera de Daguerre contava com uma lente. Diz a lenda que ele “fotografou” um objeto durante um período entre 20 e 30 minutos e, ao retirar a placa da câmera, viu que ela não havia registrado nada. Daguerre, então, guardou a placa de qualquer jeito em um armário. Ao abri-lo no dia seguinte, a surpresa: o objeto fotografado aparecia nitidamente na placa. Isso teria acontecido por causa de um termômetro quebrado. O vapor do mercúrio que vazou do termômetro reagiu com a solução de iodo, formando a imagem. A técnica foi aperfeiçoada e, dois anos depois, surgia o daguerreótipo.
Quando o daguerreótipo foi apresentado ao mundo, em 1839, sua patente foi comprada pelo governo francês, o transformando em domínio público. A partir daí, o aparelho se tornou popular na Europa e nas Américas, onde fez sucesso até a década de 1890. A sensibilidade das placas foi aumentada, diminuindo o tempo de exposição para que as imagens fossem criadas.
Talbot e o primeiro negativo prático
Utilizando um filme negativo, Willian Fox Talbot fez
esta foto, em 1835 (Foto: Willian Fox Talbot)
esta foto, em 1835 (Foto: Willian Fox Talbot)
O daguerreótipo se tornou um sucesso, mas havia um problema: as imagens só poderiam ser reproduzidas se outro daguerreótipo as fotografasse. Enquanto Daguerre desenvolvia sua câmera, o inventor inglês William Henry Fox Talbot também desenvolvia um método de se registrar a luz, porém de uma forma diferente – e que permitia a reprodução das imagens.
Em vez de uma chapa de metal, Talbot utilizou folhas de papel sensibilizadas com nitrato de prata em câmeras escuras, semelhantes às usadas pelos artistas que queriam desenhar paisagens. Depois, essas imagens eram reveladas com ácido gálico e fixadas com uma solução forte de água salgada. Esse método foi batizado de calótipo.
Apesar de o calótipo permitir a reprodução de imagens, ele não foi capaz de superar a nitidez do daguerreótipo, então não caiu nas graças do público. Apesar dessa aparente falta de sucesso, o processo é bem parecido com o utilizado pelos filmes fotográficos no século 20.
Cartão de Visita
Na década de 1850, novas técnicas para se produzir fotografias surgiram, para concorrer com o daguerreótipo. Uma das principais técnicas era o uso do chamado colódio úmido. Ela consistia em revestir uma chapa de vidro com nitrato de celulose e sensibilizado com nitrato de prata. Essa chapa era umedecida antes de ser exposta e depois era revelada com sal ferroso. Apesar de ser um método complicado (carregar chapas de vidro é pesado e pouco prático), o colódio úmido fez muito sucesso por causa das imagens excelentes que produziu. Além disso, o tempo de exposição caiu bastante, permitindo fotografar objetos em alta velocidade.
Modelo de câmera utilizada para fazer os cartões de visita (Foto: Reprodução)
Em 1854, o fotógrafo francês André Disderi criou um sistema para tirar até dez retratos em uma única chapa, criando uma verdadeira mania: o cartão de visita. A câmera tinha diversas lentes, o que permitia que muitas fotos fossem produzidas numa mesma folha. Essa folha era entregue ao comprador, que podia recortar essas fotos e trocar com os amigos e parentes. Os cartões de visita fizeram tanto sucesso que eram vendidos aos milhares. Disderi, que começou a atuar em Paris, abriu filiais em Londres e Madri.
Cartões de visita (Foto: Reprodução)
Kodak e a popularização da fotografia
Com o passar dos anos, as câmeras foram se tornando menores e mais leves. Mas a popularização da fotografia começou em 1877, graças a George Eastman. Na época, Eastman tinha 23 anos e trabalhava em um banco em Rochester, Estados Unidos. O rapaz começou a fazer aulas de fotografia, mas achava o processo de colódio úmido muito complicado. Inspirado em uma matéria de jornal, começou a vender suas próprias chapas sensíveis por em 1881. Três anos depois, Eastman patenteava o primeiro filme fotográfico, guardado em rolo.
Kit completo da primeira câmera Kodak
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
Mas a revolução na fotografia aconteceria em 1888. Naquele ano, Eastman lançava no mercado a Kodak, a primeira câmera fotográfica que qualquer pessoa, mesmo amadora, podia usar. Era uma câmera pequena, de foco fixo e velocidade de 1/25 segundo. Ela vinha com um rolo de filme que permitia fazer cem fotografias. O melhor: a câmera era totalmente automática! Como dizia o slogan da Kodak: “você aperta o botão e nós fazemos o resto”.
Kodak Browie nº2, um sucesso de venda no início
do século XX (Foto: Reprodução)
do século XX (Foto: Reprodução)
Durante os anos seguintes, novos modelos foram surgindo. O público comprava a câmera, o rolo fotográfico (que era colocado dentro do laboratório) e fazia suas próprias fotos.
As imagem criam movimento, nasce o cinema!
Surge cinematógrafo
O cinematógrafo é considerado geralmente como um aperfeiçoamento feito pelos irmãos Lumière do cinetoscópio de Thomas Edison. Terá no entanto sido inventado pelo francês Léon Bouly (página em inglês) em 1895. Bouly teria perdido a patente, de novo registada pelos Lumière, a 13 de Fevereiro de 1895.
A invenção do cinematógrafo constitui o marco inicial da história do cinema. Na descrição dos próprios inventores, tal aparelho permite registar uma série de instantâneos fixos, em (fotogramas), criando a ilusão do movimento que durante um certo tempo ocorre diante de uma lente fotográfica e depois reproduzir esse movimento, projetando as imagens animadas sobre um anteparo em tela ou ecrã (tela, parede). Convencionalmente, a ilusão é produzida pelo fenômeno da retenção retiniana ou, num entendimento mais atual, pelo movimento beta.
O cinematógrafo caracteriza-se por ser um aparelho híbrido, associando as funções de máquina de filmar, de revelação de película e de projeção, ao contrário de outros aparelhos que dele derivaram, como a câmara com funções exclusivas de captação de imagem e o projetor de cinema, capaz de reproduzir essas imagens sobre uma superfície branca e lisa. Nele se utiliza o mesmo tipo de película usada por Thomas Edison em algumas das suas criações.
Os irmãos Lumière o modificaram aplicaram um dispositivo de obturação em forma de cruz de malta, usando película perfurada de 35mm com um processo de arrasto que permite que cada fotograma se imobilize por um instante para, como numa máquina fotográfica, ser impressionado; ou iluminado, na função de projetor, refletindo na tela a imagem impressa no fotograma. A primeira demonstração pública do aparelho foi feita numa sala chamada Eden em La Ciotat, no sudeste da França, a 28 de Setembro de 1895. Mais tarde, a 28 de dezembro do mesmo ano os irmãos organizaram em Paris, no Grand Café, avenida dos Capucines, a primeira exibição comercial do cinematógrafo.
De certa forma, a primeira exibição pública feita pelos irmãos Lumiére teve o efeito de um
filme de terror. Quando “A chegada do trem a estação” foi exibido, causou-se frenesi e
inquietação entre os presentes, pois muitos chegaram a proteger-se do trem, que parecia poder romper a tela e invadir o recinto. Esse elemento chocante sempre esteve presente no cinema, a função de supresa, de quebra com o tradicional, de emulação da realidade (com intensificação da catarse e da participação do público em seus momentos agradáveis… e no caso do horror, nos desagradáveis) é parte da própria definição de o que deve ser o cinema.
De certa forma, a primeira exibição pública feita pelos irmãos Lumiére teve o efeito de um
filme de terror. Quando “A chegada do trem a estação” foi exibido, causou-se frenesi e
inquietação entre os presentes, pois muitos chegaram a proteger-se do trem, que parecia poder romper a tela e invadir o recinto. Esse elemento chocante sempre esteve presente no cinema, a função de supresa, de quebra com o tradicional, de emulação da realidade (com intensificação da catarse e da participação do público em seus momentos agradáveis… e no caso do horror, nos desagradáveis) é parte da própria definição de o que deve ser o cinema.
1º Filme da História - A chegada do Trem na Estação
A máquina não foi comercializada pelos seus criadores e cedo surgiram, tanto na França como na Inglaterra, nos E.U.A. e noutros países, réplicas do invento.
Os irmãos Lumière produziram entretanto inúmeros filmes documentários, formando para isso equipes de operadores que correram meio mundo
Georges Méliès, também francês, cobiçou-lhes o invento, que pretendia usar nas suas sessões públicas do Théatre Robert Houdin, em Paris, mas eles recusaram vender-lho, argumentando que o aparelho não se destinava a fins comerciais. Méliès deslocou-se então a Londres onde conseguiu adquirir a Robert William Paul, industrial e inventor, um aparelho cinematográfico que adaptou às suas necessidades, começando a filmar ao jeito dos Lumière. Mas, coisa inevitável, começou a servir-se dele para criar fantasias, inventando assim, com grande sucesso, o cinema de ficção.
A tecnologia no cinema estava sendo apenas desenvolvida, e Mélies inventou e estudou inúmeros mecanismos para criar os mais diversos efeitos. Seus estudos de múltipla exposição do filme são conhecidos (criavam o efeito de se ver objetos e pessoas aparecendo e desaparecendo a distanciam ou mudando de forma).Méliès foi o primeiro cineasta a tocar de maneira séria no cinema fantástico, e, com seus projetos e engenhos, conseguir resultados e efeitos interessantes. Sua abordagem dos mitos do monstro do pólo norte, vampiros, viagens espaciais e outras ficções improváveis permanecem como o exemplo clássico do tradicional cinema ousado e estabeleceram, a época, o conceito de “efeitos especiais”. Entretanto, ele era muito mais um mágico que um cineasta em si, e com o paralelo desenvolvimento da narrativa cinematográfica por outros cineastas e a falta de uma política capitalisadora por parte de seu estúdio, Mélies tornou-se, lentamente, obsoleto diante de cineastas como Murnau, Edwin S. Porter e David W. Griffith, que investiram pesado na narrativa e montagem . Ele terminou seus dias (após ter sua produtora falida, em 1913) vendendo pequenos brinquedos e jogos de mágica em banquinhas nas ruas de Paris, vindo a morrer em 1938.
A máquina não foi comercializada pelos seus criadores e cedo surgiram, tanto na França como na Inglaterra, nos E.U.A. e noutros países, réplicas do invento.
Os irmãos Lumière produziram entretanto inúmeros filmes documentários, formando para isso equipes de operadores que correram meio mundo.
George Méliès
Ficou tão entusiasmado com o cinematógrafo , que saía filmando cenas do cotidiano em Paris. Um dia a própria câmara parou de repente, mas as pessoas não paravam de se mexer e quando ele voltou a filmar, a ação feita na filmagem era diferente da ação que ele estava filmando. A esta trucagem ele deu o nome de stop-action; criou várias outras como perspectiva forçada, múltiplas exposições ou filmagens em alta e baixa velocidade.
Um de seus filmes mais conhecidos foi Le voyage dans la lune (Viagem à lua) de 1902, em que usou técnicas de dupla exposição do filme para obter efeitos especiais inovadores para a época
Em 1900, a Kodak lançou outro sucesso de público, a câmera Brownie. A câmera custava US$ 1 e os rolos de filme custavam US$ 0,15 para atrair o público infantil. Aliás, o próprio nome da câmera é homenagem a um livro infantil famoso na época.
Esclarecendo que os filmes dessa época não eram parecidos com aqueles que conhecemos atualmente. Os filmes da Kodak eram, na verdade, papéis cobertos por substâncias químicas que reagiam à luz. Os filmes de celulóide, como conhecemos, só começaram a surgir nos anos 20.
Surgem as Twin e Single Lens Reflex (TLR e SLR)
Na mesma época em que surgiam as câmeras Kodak, começavam a surgir câmeras mais complexas, as Twin Lens Reflex (TLR) e as Single Lens Reflex (SLR). O Reflex se refere ao espelho que desvia a imagem para o visor da câmera. Quando o disparador é acionado, o espelho se levanta, permitindo que a luz ilumine a placa ou filme, para que a foto seja feita.
A Monocular Duplex, de 1884, foi a primeira câmera
Single Lens Reflex produzida comercialmente
(Foto: Reprodução)
Single Lens Reflex produzida comercialmente
(Foto: Reprodução)
A primeira Single Lens Reflex foi patenteada em 1861, na Inglaterra, mas só começou a ser produzida em 1884, nos Estados Unidos. Até 1907, foram construídas câmeras SLR também na Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Japão. Essas câmeras eram de grande-formato, isso é, a imagem formada dentro dela media 10,2 x 12,7 centímetros. Essas câmeras realizavam imagens com resolução excelente, mas só podiam fazer uma foto. Depois deveriam ser levadas para uma sala escura, onde a placa sensível era trocada. As SLR começaram a se tornar práticas com o surgimento do rolo 35 mm, que falaremos logo mais a frente.
Já as Twin Lens Reflex tinham duas lentes, uma responsável pela captura da imagem e outra, onde o fotógrafo via a imagem que seria capturada. Um fato curioso é que o fotógrafo não levava a câmera ao rosto para ver a imagem. Ele deixava a câmera na altura da cintura e, olhando para baixo, via o que a câmera estava focalizando. O Reflex, das TLRs se refere ao espelho que refletia a imagem para cima. No momento em que o disparador era apertado, o espelho se levantava e a luz era captada pelo filme, fazendo a fotografia.
A Rolleiflex 2.8F é um clássico das Twin Lens
Reflex (Foto: Reprodução)
Reflex (Foto: Reprodução)
As TLRs surgiram em 1870, mas só foram se popularizar em 1929, com o surgimento das Rolleiflex. Câmeras de médio-formato, isso é, com filmes que mediam 6 x 6 centímetros de altura, muito mais práticos que as câmeras SLR de grande formato. Geralmente, essas câmeras traziam um rolo de filme com 120 poses. O formato da Rolleiflex fez tanto sucesso que foi copiado por diversas fabricantes do mundo inteiro, sendo muito utilizada até a década de 1960.
Outro formato de câmera que fez muito sucesso entre 1912 e meados de 1970 foi a chamada Speed Graphic. A câmera foi tão utilizada por jornalistas que era possível saber que alguém era da imprensa só por estar com uma dessas no pescoço. Ela trazia a vantagem de o fotógrafo ver, através de um vidro na parte traseira, o que a lente enxergava.
Apesar de pesada, a Speed Graphic fez muito sucesso na primeira metade do século XX (Foto: Reprodução)
Apesar dessa vantagem, a câmera tinha alguns pontos negativos. Primeiramente, o peso, quase quatro quilos. Além disso, não levava filme em rolo, como as Rolleiflex. O fotógrafo precisava retirar o filme já utilizado e substituí-lo por um novo negativo. Detalhe, eles mediam 10 x 15 centímetros.
Além dos novos formatos, uma novidade da década de 1930 foi o aperfeiçoamento dos flashes. Até então, para iluminar a cena, o fotógrafo precisava estourar um pó de magnésio. Essa forma de iluminação era perigosa. Frequentemente, fotógrafos se feriam gravemente com explosões fora de controle. Nesse período, começaram a surgir flashes com lâmpadas, muito mais seguros.
Filme 35 mm. Do cinema para a fotografia
Mesmo com o sucesso da fotografia digital, ainda hoje é fácil encontrar lojas que vendem filmes 35 mm. Apesar disso, a fotografia demorou cerca de 30 anos para incorporar esse padrão.
A Leica I, de 1925, foi um sucesso de vendas, ajudando a consolidar o padrão de filmes 35 mm (Foto: Reprodução)
Em 1889, o inventor franco-escocês William Kennedy Dickson cortou um filme Kodak de 70mm e o encaixou numa câmera de imagens estáticas. O inventor trabalhava no laboratório de Thomas Edison, que gostaria de fazer fotos dos cenários de seus filmes.
A câmera 35 mm foi patenteada em 1908, mas só se tornou popular graças à Leica, desenhada pelo engenheiro ótico alemão Oskar Barnack. Os primeiros protótipos da empresa surgiram em 1913, mas as câmeras só começaram a ser vendidas em 1925. Elas eram fáceis de usar e compactas, fazendo um grande sucesso junto ao público. O sucesso foi tão grande que câmeras de outros formatos, como as SLRs incorporaram o padrão, se tornando muito mais práticas.
Ihagee Exakta, de 1936 (Foto: Reprodução)
A primeira SLR a testar filmes 35 mm foi a soviética Sport, fabricada apenas para testes entre 1934 e 1935. Em 1936, a alemã Kine Exacta se tornaria a primeira câmera SLR produzida comercialmente a adotar o padrão, a tornando muito mais compacta e fácil de usar.
Na década de 50, surgem as primeiras câmeras fotográficas da Nikon, Canon, Yashica e Aashi (que viria a se tornar Pentax), SLRs de 35 mm. A série Nikon F é lembrada como o primeiro sistema de câmeras, uma vez que elas tinham elementos totalmente intercambiáveis.
Fotos instantâneas e câmeras automáticas
A primeira câmera com um compartimento escuro para revelação das fotos foi criada em 1923 por Samuel Schlafrock, nos Estados Unidos. Mas elas começaram a se popularizar graças ao inventor Edwin Land. O co-fundador da Polaroid desenvolveu um sistema onde um filme negativo era pressionado contra um papel positivo e fluidos, que se espalhavam de acordo com a luz captada pela câmera. Isso provocava uma reação química que revelava a foto instantaneamente.
Polaroid modelo 95, a primeira câmera de
revelação instantânea a chegar ao mercado
(Foto: Reprodução)
revelação instantânea a chegar ao mercado
(Foto: Reprodução)
A primeira câmera instantânea do mercado foi a Modelo 95, da Polaroid, fabricada a partir de 1948. Mas outras fabricantes como a Fujifilm, Keystone, Konica, Minolta e Kodak também desenvolveram os seus modelos.
A década de 60 trouxe outra inovação para a fotografia: a popularização das câmeras com controle automático de luz. Apesar de esse recurso existir desde 1938, os recursos que as câmeras exigiram para realizar esse processo eram muito caros, os afastando do grande público. A primeira câmera a vir com um fotômetro entre as lentes para regular a entrada de luz automaticamente foi a Mec 16 SB, fabricada na Alemanha a partir de 1957, já com um preço mais acessível.
Fotografia digital
Se a Kodak popularizou a fotografia ao desenvolver câmeras simples que qualquer pessoa pudesse utilizar, a chegada das câmeras digitais se tornou outra revolução na área. Sem os custos com filme e revelação, além da possibilidade de se tirar, teoricamente, infinitas fotos, cada vez mais pessoas foram se utilizando da fotografia. Hoje em dia, celulares, tablets se transformaram em câmeras, graças a essa evolução.
Pode-se dizer que a fotografia digital surgiu nos anos 50, junto da televisão. Afinal, as câmeras filmadoras tiravam fotos em sequencia, as transformando em impulsos elétricos gravados em fitas magnéticas. Nos anos 60, a NASA usou o recurso para mapear a Lua. Mas as câmeras fotográficas como conhecemos foram patenteadas pelo laboratório da Philips, em 1968.
Primeira câmera fotográfica digital do mundo, construída pela Kodak em 1975 (Foto: Reprodução)
A primeira câmera digital foi construída em 1975, pelo engenheiro Steven Sasson, da Kodak. Ela pesava quase quatro quilos, tinha resolução de 0,01 megapixel e demorou 23 segundos para gravar a imagem numa fita cassete, daquelas que as pessoas gravavam músicas em casa. Mas, as câmeras digitais só foram chegar ao público em 1988, com a Fujix DS-1P. A câmera tinha um sensor CCD de 0,4 megapixel e gravava as fotos em cartões de memória da Toshiba. A primeira DSL digital foi a Kodak DCS 100, lançada em 1991. Apesar de ter sido lançada pela Kodak, a câmera foi construída a partir do corpo da Nikon F3. A câmera tinha resolução de 1.3 megapixel e vinha com um HD de 200mb, que suportava até 156 fotos JPEG. Na época do lançamento, a DCS 100 custava 13 mil dólares.
Câmera Kodak DCS 100, de 1991, foi a primeira
DSLR (Foto: Reprodução)
DSLR (Foto: Reprodução)
Cronologia das Câmeras Fotográficas.
1839
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O Daguerreótipo foi o primeiro equipamento fotográfico fabricado em escala comercial da história.
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1860
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A Sutton Panoramic foi a primeira câmera a fazer fotos panorâmicas através de uma lente grande angular, que era preenchida com água.
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1888
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Kodak nº 1 foi a primeira câmera a utilizar filme de rolo, destinada ao fotógrafo amador.
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1897
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Folding Pocket Kodak foi a primeira câmera de fole dobrável, que proporcionou uma maior mobilidade das câmeras profissionais.
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1903
| Dr Miethe's Dreifarben foi uma câmera de três cores projetada pelo Dr. Adolf Miethe. | |
1910
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Debrie Sept foi uma câmera que podia ser usada tanto para o registro de imagens fixas, como para sequências cinematográficas.
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1913
| Ur-Leica foi um protótipo de câmera 35 milímetros, projetada por Oskar Barnack. | |
1924
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Ermanox foi uma criada pelo alemão Heinrich Ernemann e muito utilizada para o fotojornalismo.
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1932
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Contax I foi uma câmera 35mm, criada para competir com a Leica e que apresentou vários avanços tecnológicos.
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1933
| Exakta foi o nome de uma série de câmeras SLR fabricadas pela pioneira empresa alemâ Ihagee Kamerawerk. | |
1934
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Kwanon foi a primeira câmera 35mm (protótipo) do Japão, precedente da Canon como conhecemos hoje.
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1936
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Hansa Canon foi a primeira câmera 35mm fabricada em série do Japão.
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1947
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A Polaroid Model 95 foi a primeira câmera com filme instantânea da história, projetada por Edwin Land.
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Stereo Realist foi a câmera estéreo 35mm mais popular da história.
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1948
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Nikon I foi a primeira câmera da Nikon.
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1950
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Kapsa "Pinta Vermelha" foi uma câmera de fabricação brasileira.
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1955
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Sputnik é um modelo de câmera estéreo de médio formato fabricada na Russia.
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1956
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Kodak Brownie Flash II, III e IV foi uma série de câmeras muito popular.
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1958
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Leica MP2 foi a primeira câmera com um motor elétrico acoplado.
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1959
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Canonflex foi a primeira SLR da Canon.
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1960
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Diana foi uma câmera de baixo custo muito popular durante a década de 1960, utilizada para fazer fotografias impressionistas
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1966
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Rollei 35 A menor câmera 35mm fabricada em sua época, teve cerca de 2 milhões de unidades produzidas
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1967
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Olympus Trip 35 foi a câmera compacta mais popular da década de 1970.
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1972
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Polaroid SX-70 foi a primeira SLR a usar filme instantâneo.
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1975
| Sasson foi o protótipo da primeira câmera fotográfica sem filme da história. | |
1976
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A Pentax K1000 foi uma popular câmera SLR fabricada por mais de 20 anos e muito utilizada por estudantes de fotografia.
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1977
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Konica C35 AF foi a primeira câmera compacta com autofoco.
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1980
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Polaroid 600 é uma série de câmeras de filmes instantâneos muito populares e relativamente baratas.
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1981
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A Holga é uma câmera de médio formato, de baixo custo, projetada por TM Lee, que tornou-se sucessora da Diana.
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A Sony Mavica foi a primeira câmera eletrônica da história. | ||
1983
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Canon T50 foi a primeira câmera SLR automática.
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1990
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Zenit 122 foi uma câmera SLR muito popular durante a década de 1990 devido a seu baixo custo.
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1991
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Kodak DCS 100 foi a primeira câmera SLR digital.
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A partir daí, as câmeras foram desenvolvendo novos sensores, com melhor qualidade e menor custo. As câmeras digitais compactas se tornaram um verdadeiro padrão para o público geral e, em 2000, o mundo viu surgir o primeiro celular com câmera integrada. Era o J-SH04, da Sharp, com uma pequena câmera de 1,1 megapixel e que pesava apenas 79 gramas. Hoje em dia, é comum encontrarmos celulares com câmeras de até 14mp, resolução comparável à Nikon D90, por exemplo. Além dos celulares, é comum encontrarmos, hoje em dia, câmeras em tablets e nos dispositivos da Apple, como iPhone, iTouch e iPad. As melhores câmeras desses dispositivos fazem fotos e vídeos em Hight Definition(HD), com uma resolução de 1080 p.
Sharp J-SH04, de 2000, o primeiro celular com câmera (Foto: Reprodução)
Após o ano 2000 as DSLR Digitais começaram a dominar o mercado profissional.
Hoje temos excelentes câmeras como a Canon 1D mark IV, Nikon 3DX,Canon EOS 5D mark II and III Canon EOS 7D, e as famosas DSLR de entrada que tem encantado à muitos Canon EOS Rebel T2i, Canon EOS Rebel T3i e recentemente o grande lançamento da Canon EOS Rebel ou T4i Canon EOS 650D (chamada de Rebel T4i nos EUA), trazendo um sensor de imagem CMOS no tamanho APS-C de 18 megapixels e processador de imagem Digic 5, sendo capaz de tirar 5 fotos por segundo e levar a sensibilidade ISO de 100 a 12800 (em modo H até ISO 25600). Entre os novos recursos desta DSRL voltada para amadores avançados, surgem o mesmo sistema de autofoco da EOS 60D, um microfone estéreo para gravação de vídeos em Full HD, e uma tela LDC de 3″ de ângulo variável (pode ser rotacionada em várias posições) e sensível ao toque (touch-screen), entre outras novidades.
Canon EOS 7D EF 28-135mm
Canon EOS 7D completa (Linda Linda)
Canon EOS Rebel T4i ou Canon EOS 650D
Time Lapse Com Câmera Canon EOS Rebel T4i EF 40mm 2.8 STM lens
Ainda há quem prefira câmeras Semi-profissionais pois são mais fáceis de fotografar.Um grande exemplo é a linha SX da Canon com excelentes câmeras para quem não tem a intenção de investir tão pesado em uma câmera, mas ao mesmo tempo exige por uma boa qualidade de imagem tendo ainda a opção manual, onde poderá montar facilmente as definições da imagem antes do click- .Dentre elas estão Canon Powershot SX 40 IS , Canon PowerShot SX 130 IS, Canon Powershot SX 150 IS.
PowerShot SX 130 IS
Canon Powershot SX 40 IS
Canon Powershot SX 150 IS.
Pensa que acabou? É ... não acabou e nem está perto disso. Quando olhamos para as câmeras REDONE e ARRIFLEX filmando em película com uma qualidade de imagem inigualável pensamos ... como seria o mundo se nunca tivesse exististido a imagem? Talvez seria um mundo triste. Bem diferente do mundo que vivo.
Red One
Para quem não conhece, as câmeras Red One prometem uma revolução, iniciando uma nova era na produção de vídeo e cinema digital.
Ela é dotada de um sensor de imagem CMOS de 12 megapixels, com a dimensão de um quadro de película Super 35mm (24.4x13.7mm), possibilitando a captura de vídeo na resolução de 4520 x 2540 pixels (4K) em até 60fps (limitado por enquanto em 30fps pelo firmware), sem compressão, com baixo ruído de sinal (66db). Uma grande vantagem da câmera é ser compatível com lentes usadas para filmagem em película 35mm sem adaptadores, devido ao sensor de imagem do mesmo tamanho da área da película, possibilitando a mesma profundidade de campo das câmeras de cinema 35mm. Além disso, é possível filmar em resolução 2k em até 120fps (por enquanto possível até 75fps devido a limitações de firmware).
Dois exemplos de material filmado em 2k, com 72fps:
http://brainspasm.com/red/JumpinInTheRain.mov
http://www.haakondazs.com/reduser/skater.mov
Outros grandes atrativos da câmera são seu tamanho (30,5 x 16 x 13,2 cm) e peso (4,1kg) reduzidos, e seu design modular, permitindo a montagem de diversos acessórios na câmera, além de, segundo o fabricante, ser possível no futuro fazer upgrades, conforme surgirem evoluções tecnológicas. Isso significa que o proprietário não precisa vender a câmera e comprar uma mais nova, mas apenas trocar as peças por mais atuais (como o sensor de imagem, sistema de gravação, acessórios, etc.).
Se você é daquelas pessoas que só acreditam vendo, basta entrar no site do fabricante, na seção Gallery, e dar uma olhada em alguns exemplos de vídeos filmados com a câmera (formato de 1920x1080 e 1024x512), além de fotogramas estáticos, em resolução de 4096x1743 pixels. Obviamente, não estão disponíveis vídeos no formato máximo da câmera (4520x2540), devido ao enorme tamanho dos arquivos nessa resolução.
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